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ENGENHARIA DIAGNÓSTICA

A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA

A engenharia diagnóstica no mundo como área do conhecimento humano surgiu a partir da necessidade da conservação de obras da construção civil e teve seu marco inicial em uma companhia de seguros na Europa, após a segunda guerra mundial. Com o passar do tempo, esses conceitos foram tomando espaço em todo o mundo, porque trazia pela primeira vez, a possibilidade de reduzir custos durante a vida útil das obras com simples procedimentos investigativos, associados a princípios de manutenção preventiva, já largamente utilizados na indústria mecânica, naquela época.

No Brasil, o primeiro movimento nessa nova área do conhecimento surgiu apenas em 1987, a partir dos esforços do Eng. Tito Lívio Gomide / São Paulo (considerado pai da engenharia diagnóstica) junto a outros especialistas de diversas áreas para fazer frente às respostas sobre as degradações de obras de concreto armado e protendido que antes se imaginavam eternas.

 

Segundo o Prof. Tito Lívio Gomide, a engenharia diagnóstica pode ser dividida nos seguintes procedimentos técnicos, com suas características próprias e sinergéticas:

VISTORIA, INSPEÇÃO, AUDITORIA, PERÍCIA e CONSULTORIA

MODELO DE PROCEDIMENTOS INVESTIGATIVOS DA ENGENHARIA DIAGNÓSTICA CRIADO PELO PROF. TITO LÍVIO GOMIDE

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(Gomide 2015)

As manifestações patológicas construtivas das edificações são decorrentes da ação direta ou indireta dos fatores endógenos ou exógenos dos processos de produção e utilização das obras ao longo do tempo, conforme o modelo denominado PPEEU (Planejamento, Projeto, Execução, Entrega e Uso) idealizado por (Gomide, 2015). Vale salientar que as três primeiras etapas do PPEEU (Planejamento, Projeto, Execução) são de responsabilidade exclusiva da construtora, sendo que a etapa de (Uso) é de reponsabilidade do proprietário e a etapa de (Entrega da Obra) é de responsabilidade de ambos os agentes, ou seja, do construtor e/ou incorporador e do próprio proprietário.

A etapa de “Uso” se subdivide no processo de utilização do imóvel em si e nos procedimentos de manutenção, devendo o proprietário ou condomínio promover todas as ações necessárias para que a obra atinja a sua expectativa de vida útil. Neste contexto, a manutenção preventiva se torna uma grande aliada para a longevidade da edificação, com baixo custo.

Uma obra mesmo sendo planejada, projetada e construída adequadamente, não terá um desempenho esperado, caso não sejam executados todos os procedimentos de manutenção preventiva e corretiva.

Álbum de Fotos

Artigos Técnicos

A Vida Útil dos Edifícios

Para que uma edificação atinja a sua vida útil programada com desempenho satisfatório e durabilidade, é necessária a execução sincronizada de uma série de ações técnicas, administrativas e financeiras, muitas delas desconhecidas pela maioria das pessoas.

Segundo (Gomide, 2015), a engenharia diagnóstica divide o produto imobiliário em cinco fases distintas: planejamento, projeto, execução, entrega e uso. As três primeiras fases são de responsabilidade da construtora, enquanto a entrega tem responsabilidade solidária entre a construtora, consistindo no ato do recebimento da obra, sendo conveniente o acompanhamento de profissionais especializados contratado pelo proprietário, visando a detecção de vícios construtivos ou de outras anomalias de ordem técnica. Já a fase de uso é normalmente de responsabilidade dos proprietários e compreende com o usufruto do imóvel envolvendo a operação de equipamentos, gerenciamento e manutenção dos sistemas construtivos.

É bom lembrar que o desgaste dos materiais é algo que faz parte da própria natureza e nenhum material tem vida eterna, necessitando de manutenções preventivas e corretivas.

O Processo de Recuperação Estrutural


O processo de recuperação estrutural de qualquer edificação é influenciado substancialmente pela
qualidade da manutenção. Os custos com a recuperação dos sistemas que apresentam baixo desempenho são muito elevados, daí a necessidade de promover ações proativas para que a edificação possa atingir sua vida útil de uma forma econômica e previsível.
Toda obra precisa de um cronograma e  de uma política de gerenciamento de manutenção de acordo com as suas características.
Quando o processo é bem conduzido por especialistas, os custos com as reparações caem vertiginosamente, podendo ficar em patamar menor que 1% ao ano, com relação ao valor do imóvel.
Diante de indícios de manifestações patológicas estruturais é necessário que haja uma manutenção corretiva para o restabelecimento do desempenho da edificação. Para tanto são imprescindíveis as vistorias, inspeções técnicas, além de outros procedimentos, quando necessários, visando a redução de custos com reparos futuros, caso os serviços sejam executados ainda na fase inicial dos problemas.

Equipamentos Apropriados Fazem Toda a Diferença

É possível descobrir a corrosão anos antes do prejuízo financeiro ou do colapso estrutural?

 

SIM, É POSSÍVEL!

 

Toda edificação poderá ter sua estrutura monitorada por amostragem e com certa facilidade, com a instalação de equipamentos específicos no concreto armado para facilitar a medição do potencial de corrosão ao longo do tempo. O ideal é que essas medições sejam efetuadas de forma periódica para constatar a ausência ou não da corrosão, ou acompanhar a sua evolução, caso o processo físico-químico já tenha iniciado, podendo reduzir consideravelmente os custos com os reparos estruturais, dependendo da fase da descoberta do processo corrosivo. 

Para que ocorra uma corrosão é necessário o início de certas reações químicas e eletroquímicas onde a armadura do aço se transforma em diversas formas de óxidos de ferro, conhecidas popularmente por ferrugem. Segundo (CASCUDO, 1997), a evolução desse processo pode provocar um aumento de volume no aço corroído entre 3 a 10 vezes o seu volume original, proporcionando tensões internas no concreto da ordem de 15 Mpa que podem causar fissuras, acelerando a absorção de elementos químicos prejudiciais que geralmente estão presentes no microclima local, retroalimentando o processo corrosivo.

Os principais elementos químicos presentes na maior parte das reações de corrosão são: água (H2O), oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2) para a maioria das regiões, acrescentando o cloreto de sódio (NaCl) nas áreas próximas ao mar . Outras substâncias ácidas ou alcalinas, sulfatos, sais e outras formas de cloretos também  podem contribuir para o processo de corrosão. Várias reações físico-químicas complexas ocorrem na degradação do concreto armado, porém há um mecanismo comum em todos os casos que caracteriza o processo de corrosão que é a formação de uma diferença de potencial entre uma zona anódica (aço que corrói) e uma zona catódica (aço que não se corrói), sendo tecnicamente conhecido por potencial de corrosão. A mensuração desse potencial se faz através de um eletrodo de referência denominado semi-célula de cobre / sulfato de cobre e um conjunto de equipamentos mecânicos e eletrônicos para proceder as medições que determinam a probabilidade da evolução do processo corrosivo ou a indicação de que o mesmo ainda não teve início, de acordo com os procedimentos internacionais constantes na norma ASTM C 876.

O mais importante é que esse procedimento é simples e não há a necessidade de destruição do concreto armado, sendo necessário apenas uma pequena incursão de um condutor em um ponto das armaduras que poderá ficar embutido na própria estrutura para facilitar as medições periódicas. Ao ser identificado com antecedência o processo da corrosão e sua intensidade, as intervenções para reabilitação estrutural poderão ter custos baixíssimos. Caso a recuperação estrutural ocorra após o surgimento visual da corrosão, seus custos poderão aumentar em até 25 vezes (Lei de Sitter), onerando muito os serviços.

Para complementar o monitoramento estrutural de uma forma eficaz, todos os procedimentos deverão ser acompanhados por um engenheiro especialista com a realização de vistorias gerais na edificação, além da execução de outros ensaios no concreto investigado, quando necessário, dentre os quais se destacam a frente de carbonatação, perfil de cloretos, resistência mecânica e módulo de elasticidade.

< Para obter mais informações sobre equipamentos e ensaios tecnológicos >

A Vida Útil das Edificações

A vida útil de uma obra nada mais é do que o tempo em que a mesma desempenhará suas funções de forma satisfatória, tanto no que se refere a segurança, quanto nos aspectos de conforto e saúde das pessoas que a habitam. Pode ser definida também como o tempo compreendido entre o início de operação e uso de uma edificação até o momento em que o seu desempenho deixar de atender às exigências mínimas, sendo influenciada pela qualidade de projetos e pelo padrão de construção executada. 


Mesmo que uma edificação seja executada com excelente qualidade, a sua vida útil poderá ser comprometida se não ocorrer adequadamente os processos de manutenções com suas devidas correções ao longo do tempo. O desgaste natural de materiais utilizados nos edifícios é algo que faz parte da própria natureza construtiva. Nenhum material tem vida eterna. 

 

As Normas Brasileiras de Desempenho (NBR 15.575 – 1 a 6) entraram em vigor em 2013 no Brasil, criando condições paramétricas para balizar direitos e deveres de construtoras e proprietários de imóveis, passando a exigir um desempenho mínimo nas obras residenciais. Estas normas atribuem às construtoras esta responsabilidade, ao mesmo tempo em que deixam a cargo do condomínio a incumbência pelo processo de Manutenção Preventiva ao longo da (VUP). Além das exigências normativas a manutenção de uma edificação deve ser levada a sério porque poderá evitar grandes problemas futuros com ações simples na sua fase inicial onde os custos são relativamente pequenos, com exceção de problemas causados por graves erros construtivos ou de projetos que poderão justificar uma ação de manutenção corretiva com custos relativamente elevados para o restabelecimento do desempenho mínimo. 


Este conceito está ligado subjetivamente ao estado de preservação aparente de uma estrutura, além dos conceitos objetivos relacionados à capacidade de carga e das propriedades funcionais, para as quais ela foi projetada. Porém muitas obras deixam de ser utilizadas muito antes da sua vida útil estrutural em função da obsolescência que faz com que a obra perca a sua funcionalidade por questões usuais, mesmo bem antes do final da sua vida útil estrutural.


É bom lembrar que qualquer tipo de estrutura não tem "vida eterna" e suas propriedades se deterioram com o passar do tempo.
Estes efeitos são minimizados e reduzidos a um patamar de insignificância quando o processo de  manutenção preventiva é realizado adequadamente, identificando possíveis problemas pontuais que se não forem cuidados a tempo, poderão se transformar em uma patologia significativa. Por isso, toda obra deve ter um cronograma de manutenção preventiva para que possa atingir a sua vida útil. Na medida em que a manutenção preventiva é ausente ou ineficiente, os problemas construtivos poderão surgir, exigindo procedimentos mais complexos como a chamada manutenção corretiva.
Algumas obras podem precisar de manutenção corretiva mesmo antes da manutenção preventiva em função de erros de projetos e/ou de execução da obra que colocam em risco a estabilidade da edificação.


Por que os  Prédios Caem?

Fonte: G1 /2012

O desmoronamento de prédios ocorre, na maioria das vezes, em função de alguns fatores que quase se repetem nos sinistros, dentre os quais se destacam a ausência de qualidade do processo construtivo, ineficiência de projetos e até mesmo a falta adequada de manutenções.

 

Infelizmente também não ocorre na construção civil brasileira uma cultura de treinamento adequado de seus profissionais, como acontece com outros segmentos, a exemplo da indústria mecânica e eletrônica, explicando em parte, os desastres envolvendo o seguimento construtivo.

 

Principais fatores técnicos que causam a maioria dos colapsos estruturais:

- Erro, ausência ou ineficiência de projeto estrutural.

- Execução inadequada da obra com vícios construtivos sem cumprir as normas técnicas brasileiras (NBR).

- Mudanças no projeto estrutural sem a anuência do calculista ou do escritório de cálculo.

- Uso de material inadequado ou fora da sua validade.

- Mudança de finalidade da edificação após a sua construção modificando as cargas atuantes.

- Ausência ou deficiência de manutenções, acelerando o envelhecimento dos materiais.

- Impactos e deslocamentos provocados por causas naturais, acidentais ou pela ação do homem.

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